29 janeiro, 2007

PONTO NOVO

Eu e Zé Lauro somos os especialistas em buchadas e paneladas deste emérito guia. Estamos sempre alertas - escoteiros - ao que de melhor possa sair das cozinhas botéquicas na seara das víceras e seus derivados. Assim sendo, nossa missão incansável é achar os melhores pratos da cidade, nem que isso custe o sono tranqüilo à noite ou a saúde da mucosa gástrica e das coronárias. Sempre avante, até o último Engov.

Segundo Gurgel, meu amigo de dimensões antediluvianas, há um mito, uma lenda urbana, de que quando se quer arrazoar que uma panelada é boa e confiável, diz-se que é feita por "uma senhora". É verdade que em muitos lugares, nunca se vê a tal velhinha asseada, que vive apenas na imaginação do sujeito que quer dormir sem o peso na consciência de ter ingerido alimento non-conforme vigilância sanitária. Mas esse não é o caso do Ponto Novo.

Lá a panelada realmente é feita por uma vozinha que de vez em quando dá o ar da graça. O bar é a extensão de uma casa (ou o contrário), com um amplo alpendre aberto no qual ficam as mesas. Nessa área, virada para a rua Soriano Albuquerque, corre um ventinho fresco a tarde toda. É, sem dúvida, um negócio familiar tocado pelos filhos da tal senhora.

O panelosa é feita com um tempero cuidadoso - que leva até pimenta de cheiro - e servida com um arroz soltinho e o pirão. Serve dois picaretas fácil.

A cerveja é gelada e o menu é o "pequeno que satisfaz". Comi a moela frita, a carne de sol e a língua de boi e todos foram mais que aprovados.

Caia dentro
A panelada, sem dúvida. E nesses tempos de calor pra derreter, nada como uma cervejota e um ventinho na cara.

Caia Fora
O lugar não é muito feito pra funcionar como bar, então costuma fechar cedo.
Onde é:
Descendo na Soriano Albuquerque em direção à Aguanambi, fica a dois quarteirões antes do sinal com a rua Capitão Gustavo, do lado esquerdo.

25 janeiro, 2007

TUCHÊ BAR

Sob o signo da famosa Tartaruga Tuchê, vem a baila o bar e restô homônimo.

Nossa intrépida trupe, desta feita composta apenas por Sauleira e J. da Manibura, membros fundadores e atuantes desta joça, após rápida deliberação, compareceu in loco para checar e classificar o local nos importantes rankings a serem publicados oportunamente pela Canalhor's Publishing Ltd.

O terreno, mesmo em plena terça-feira, tinha um público razoável, composto em sua maioria por funcionário do DETRAN, os quais vão lá bebericar suas cervejas e beliscar seus tira-gostos enquanto confabulam novas maneiras de fazer seu serviço de forma mais lerda e, consequentemente, irritar a todo o resto da sociedade alencarina. Além dessas pretimosas pessoas, chamou nossa atenção um desses gringos que inundam a cidade, devidamente acompanhado de duas garotas, tratando de realizar da forma mais bizarra possível o sonho de todos os homens.

A decoração, com desenhos da referida tartaruga equilibrando os mais diversos petiscos em sua espada, também é pitoresca.

Mas vamos ao que interessa: a cerveja é gelada e o atendimento diligente. Os abstêmios informam também que o côco gelado é dos mais salutares. O grande destaque é, certamente, a picanha tira-gosto. O negócio é feito na pedra e servido sobre ela, fatiada e acompanhada de toneladas de cebola assada. Verdadeiramente supimpa.

O downside da coisa é a localização. Num dos cruzamentos mais movimentados e barulhentos da cidade, o Tuchê não é dos mais indicados para quem gosta de um pouco de tranquilidade.

Vá nessa

A picanha na pedra é um manjar dos Deuses. Não dispense a cebola assada e a farofa.

Fuja

O lugar é barulhento por conta do cruzamento em frente.

Localização

Santos Dumont, no sinal da Frei Mansueto, sentido sertão-praia.

19 janeiro, 2007

PAULO DO CAMARÃO

Ou Pablo de Las Gambas, como é conhecido no meio canalha, é um dos ilustres bares da Varjota. Ilustre assim; talvez seja mais conhecido pelos iniciados nas artes birosqueiras, ou wise in the ways of science, como diria sir Bedevere.

O arroz de camarão de lá foi eleito por Dr. Kleudson, PhD, como o melhor da cidade. Eu assino em baixo e carimbo: a iguaria é excepcional. A equipe costuma pedir como tira-gosto, mas há quem jante ou almoce só aquilo lá. A cerveja é gelada, servida naqueles copinhos pequenos (os profissionais) pelo sempre atento Aírton, o Cid Moreira da Varjota.

(Curiosidade: Aírton, além de promotor de atendimentos, é locutor da rádio comunitária local. A voz não nega. E, como se não bastasse, é grande fã do Rei Roberto, o que muito nos orgulha.)

Aconselho ir num final de tarde de sábado, com o sol já baixo, e esticar até a hora de fechar. Se tiver sorte, vai presenciar alguma marmota de bêbado, coisa comum no Paulo.

Caia dento:
Pedir o arroz de camarão é lei. Fora isso, tem também a tilápia frita feita naquele ponto tostadinho que é uma beleza.

Caia fora:
Suas intenções de esticar a conversa podem ser frustradas pelo horário de funcionamento do local. Geralmente o Airton nos defenestra - mui educadamente, sempre - cedo (meia-noite, no máximo).

Onde é:
Cruze a rua Ana Bilhar por aquela rua que passa ao lado do Assis da Picanha e siga em frente, o Paulo fica na próxima esquina à direita.

11 janeiro, 2007

ASSIS DO BENFICA

O Benfica é um dos grandes bairros de Fortaleza. Concentra uma população acadêmica animada, várias residências universitárias, campi da UFC e, como não podia deixar de ser, muitos maloqueiros. E onde há maloqueiros há biroscas.

O Assis fica no Benfica in situ. Ali, bem no meio do bairro, a pouca distância de quase todas as residências universitárias. Nossa equipe foi lá numa terça-feira genérica para encontrar todas as mesas - que se dividem de uma lado e outro da rua que passa em frente ao bar - ocupadas pela tal população acadêmica. Agradável, o ambiente.

Diferente do seu xará na Varjota, O Assis não serve refeições. A especialidade são os espetinhos variados(frango, lingüiça, carne e coração de frango) feitos numa churrasqueira que fica fora do bar. A cerveja é gelada e naquele precinho de meia. Com essa combinação genial, nossa equipe foi longe; acabou com a bohemia da casa mas conseguiu completar a grade com as antárcticas faltantes. Dica preciosa: guarde os espetinhos de madeira pra tocar bateria em cima da mesa e pra saber quantos churrasquinhos foram consumidos. (No final você ainda pode levar pra casa e jogar em cima da cama do seu amigo.)

Caia dentro:
Os espetinhos são bons e baratos. O sujeito come aquilo que nem sente.

Caia fora:
A panelada é bem fraquinha.

Onde é:
Indo pela 13 de Maio em direção ao Pici, dobre à esquerda na pracinha da Gentilândia e depois na terceira rua à esquerda. Siga reto e pare na segunda esquina. É lá.

10 janeiro, 2007

PICANHA DO LESSA

O Lessa é uma clássica churrascaria localizada ali nas proximidades do centro. Tem aquela estrutura e cardápio tradicionais das churrascarias de Fortaleza - mesa de madeira, picanha, lingüiça, maminha e todas aquelas variações ao redor disso, nos acompanhamentos - mas é bem decente.

O diferencial (ma non troppo) são as "promoções", as opções já montadas de carne e guarnição. Então você tem, por exemplo, meio quilo de maminha, uma porção de baião, duas lingüiças, farofa, batata frita e um guaraná de dois litros (!) a 18 pilas. há também outras opções interessantes para até quatro comensais.

O serviço é bom, até porque o lugar é pequeno. O acesso é fácil e, como fica ali perto do batalhão da polícia, penso que seja uma birosca mais ou menos segura. No dia que fomos a Bohemia não estava muito gelada, mas nunca se sabe. Recomendo a costelinha de porco como tira-gosto.

Caia dentro:
Às sextas tem "Festival da Cerveja". A Bohemia de 600ml (claro!) é vendida a 1,99. Mas corra, porque a promoção é só "Enquanto durar o estoque" (claro!)

Caia fora:
Nunca engraxe os sapatos lá. Um dos nossos experts cometeu essa imprudência e foi dilapidado em 15 reais (foi mais caro que a parte dele na conta). Ficamos sem entender. Fica o aviso.

Onde é:
Bem atrás do ginásio do Marista Cearense. Entre o batalhão da Polícia de Choque na Pe. Valdevino e os fundos do colégio.